segunda-feira, 24 de setembro de 2012

“Parecia um centro de concentração nazista”, diz Florindo sobre cadeia de Feijó


A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre vai oficiar o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), para que investigue a prática dos agentes penitenciários e policiais militares em Feijó, que raspam as cabeças dos presos quando entram na cadeia da cidade.
A medida chamada de “aplicação de higienização” é antiga, e só ganhou notoriedade a partir da semana passada quando o vereador do município Raimundo Nonato de Souza, o Ronelson (PSD) foi preso com R$ 21 mil.
A polícia acredita que o dinheiro faz parte de um esquema de superfaturamento de serviços. Quando foi levado para a cadeia da cidade, Ronelson, que esta tentando a reeleição, teve a cabeça raspada.
No outro dia foi a vez do Secretário de Finanças Alberto Portela e do contador do município, Tarcísio Antônio Cavallieri, acusados de participarem de um esquema de desvio de recursos do Fundo de Participação do Município – FPM. Os dois também foram humilhados quando foram obrigados a ficarem sem os cabelos.
O presidente da OAB Acre, Florindo Poersch, visitou a cadeia pública e descobriu que os quase 50 presos da unidade estão de cabeças raspadas.
“Parecia um centro de concentração nazista”, explicou Florindo. Ele disse que conversou com o vereador e os dois secretários que reclamam da humilhação que sofreram.
Para o presidente da Ordem, o que está acontecendo em Feijó é uma violência. Por isso preparou um ofício que enviou a direção do Iapen em Rio Branco, pedindo uma investigação na cadeia de Feijó, para saber de quem partiu a determinação para raspar a cabeça dos presos.
O documento cita ainda que tal medida deve cessar imediatamente. Florindo Poersch disse que todos os detidos que passaram por esse processo de humilhação devem entrar com uma ação de indenização e o Estado, buscar os responsáveis pela medida e puni-lo.
Adailson Oliveira, da TV Gazeta publicada em Agazeta.net

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