sexta-feira, 30 de março de 2012

Ônibus que vinha de Rio Branco para Cruzeiro do Sul tomba na BR 364


Um ônibus da empresa Trans Brasil que fazia a linha de Rio Branco para Cruzeiro do Sul tombou por volta das 6h da manhã de sexta-feira na localidade as terras índios Katukinas.
O veículo transportava 25 passageiros, sendo que apenas três foram encaminhados pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)até o hospital do município de Rodrigues Alves. Os demais passageiros sofreram apenas escoriações leves.
De acordo com informações do motorista do ônibus, Sandro Nascimento Leoni, 34, ele tomou a direção do veículo no município de Feijó. Sandro disse que o motivo do acidente foi provocado por um desvio de atenção durante a viagem.
O motorista também informou que dirige há mais de 15 anos e há sete anos exerce a função de motorista de ônibus. “Foi a primeira vez que eu me envolvi em um acidente, desde que começamos a fazer essa rota para Cruzeiro do Sul e já fiz mais de trinta viagens, é claro que acidentes podem acontecer com qualquer condutor”, disse.
O representante da empresa em Cruzeiro do Sul, Francisco Virgulino, 40, estava no local para fazer os procedimentos. Virgulino disse que a empresa está atuando em Cruzeiro do Sul há apenas um ano, e que nunca havia se envolvido em acidente.
 ”Esse acidente foi uma situação relevante acontece com qualquer ser humano que está no trânsito no dia a dia, graças a Deus não houve vítimas, os passageiros sofreram apenas ferimentos leves e nossa equipe veio dar o suporte necessário aos passageiros”, falou.
 Virgulino ainda informou que a empresa já entrou com os procedimentos para apurar se houve falha mecânica ou do motorista, já que o trecho onde aconteceu o acidente, a estrada está em perfeito estado.”A empresa vai abrir investigação para apurar os fatos, para que possamos dar respostas a população, os mais rápido possível”, esclareceu.
 A polícia de trânsito esteve também no local registrando a ocorrência, onde realizou o teste de bafômetro no motorista que deu negativo.


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Tribuna do Juruá

Popó desafia Tião Viana


Após o "Jogo da Solidariedade", na noite desta quinta-feira (29), em Rio Branco, o deputado Acelino Freitas, o Popó (PRB-BA), criticou a decisão do governador do Acre, Tião Viana (PT), de não permitir que a Defesa Civil receba os donativos destinados às vítimas de enchentes no Estado, arrecadados durante a partida 


ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA DESABAFA SOBRE O VEREADOR LULU NÉRI.


Renatta disse...

Depois que ele (Vereador Lulu Néri) foi ate minha casa, fazer ameaças para meu pai. que um homem analfabeto com problemas de saúde, dizendo que se eu fizesse algum comentário em algun blog, ele ira mandar me prender, e eu ira perde minha faculdade e pegar 20 anos de cadeia.. isso e uma vergonha,um homem que se diz homem do povo ir ameaçar um pai de familia que por não conhecer de leis etc, acredita, o fato e que meu pai quase morre com baixa na pressão por causa das basbaquices e do analfabetismo desse homem, so tenho a dizer que repudio tudo que venha dele, acho ele um nojento sem moral e sem escrúpulos, da nojo ate de falar desse cara.não vou mentir eu gosto da Marilete para mim e uma excelente pessoa..mais esse parceiro dela e nada pra mim.


Fonte: Blog do João Maciel - Tarauacá

Vando Torquato declara apoio a Paulo Ximenes, pré-candidato do PSDB em Tarauacá


O ex-prefeito Vando Torquato (PP) confirmou nesta semana, apoio a pré-candidatura a prefeito de Paulo Ximenes (PSDB), na cidade de Tarauacá. De acordo com o progressista, o nome apresentado pelos tucanos é legítimo e conta com seu total apoio no município.

Vando Torquato disse ainda, que no município de Tarauacá, as lideranças do PP seguirão o projeto político da oposição. O ex-prefeito se reuniu com seus ex-secretários, que se comprometeram em trabalhar o nome apresentado pelo PSDB.

O representante tucano recebeu a adesão das principais lideranças progressistas do município, além de políticos dissidentes do PMDB. O vereador Edmar Rodrigues (PMDB) decidiu que não seguirá as determinações da executiva peemedebista e também apoiará o PSDB.

Segundo informações de militantes progressistas, o ex-secretário de finanças de Tarauacá, José Ulineide Benigno (PP) é o operador da aliança política, para articular o apoio de lideranças políticas de Tarauacá, a pré-candidatura de Paulo Ximenes.

José Ulineide confirmou a aliança entre PP e PSDB e adiantou informações de uma pesquisa realizada para consumo interno dos progressistas, apontariam o pré-candidato tucano, com uma diferença de apenas quatro pontos percentuais para o primeiro colocado.

“Paulo Ximenes está na oposição há mais de 12 anos, com reconhecimento de seu partido. A decisão de Vando Torquato em apoiar o PSDB foi discutida com os principais apoiadores de seu mandato, que aprovaram a aliança em nível municipal”, destaca Ulineide.

Ac24horas

Inscrições para o processo seletivo do IMAC terminam nesta sexta


As inscrições para o processo seletivo do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) que abre 10 vagas para Cruzeiro do Sul iniciaram na segunda-feira (26) e encerram nesta sexta (30). Os interessados podem se inscrever no escritório do órgão em Cruzeiro do Sul.
Até o penúltimo dia de inscrição, a procura estava baixa, segundo informou o gerente local do IMAC, Isaac Ibernon. A maioria das vagas destinadas para Cruzeiro do Sul é para engenheiro agrônomo com 4 vagas. As outras 6 são distribuídas na seguinte forma: 2 técnico agropecuário, 1 administrador, 1 secretário executivo, 1 advogado e 1 analista de geoprocessamento.
A baixa procura seria por causa da não observância nas vantagens sobre o salário estipulado no edital. Isaac Ibernon citou o exemplo de um salário de R$ 2,5 mil que poderá superar os R$ 4 mil com gratificações e diárias.
A escolha será através de análise de currículos e entrevista. Para entrevistas serão selecionados o dobro de candidatos por vagas oferecidas. Os contratos são por dois anos podendo ser prorrogados pelo mesmo período.
A prova será realizada no dia 11 de junho de 2012 e o resultado do Processo Seletivo Simplificado será divulgado no site do governo do Estado.
O edital prever vagas também para Rio Branco, Brasileia, Tarauacá e Feijó. As inscrições só podem ser feitas no município onde o candidato pretende concorrer.

Caloteiro de Feijó vende terrenos que não existem


Dona Maria Zuleide Ferreira de Moraes, agricultora, 55 anos, 07 filhos, moradora do seringal Bom principio, alto Rio Paraná do Ouro, cansada de viver no seringal, queria realizar um sonho, trazer seus filhos para estudarem na cidade. Mas para isso teria que vender seus bens construídos as custas de muitos anos de trabalho,muito suor derramado, sofrimento e as vezes fome.
No começo do mês Zuleide tomou uma decisão corajosa, vender tudo que tinha e com o dinheiro comprar uma casinha na cidade para morar com os filhos e realizar seus sonhos. Assim ela fez, vendeu tudo, inclusive uma colônia de um de seus filhos e conseguiu juntar 7.700 reais, desmanchou sua casinha e trouxe toda madeira.

Chegando a cidade ela começou a procurar um terreno para comprar e mandar construir a casa de seus sonhos. No final da tarde de um certo dia ela estava na beira do rio com os filhos quando apareceu um homem,boa pinta, que a chamou perguntando: É a senhora que quer comprar um terreno? Logo ela respondeu que sim. O homem disse: tenho dois aqui bem pertinho do terminal e estou vendendo. Ela perguntou: Por quanto? Ele voltou a perguntar: Quanto à senhora tem? Ela respondeu: 7.500! Vendo os dois por esse valor, pois minha mãe está em Goiânia pra morrer com câncer no útero, esse dinheiro eu vou mandar para ela. Zuleide, penalizada lhe repassou o dinheiro, então ele apontou para o terminal dizendo: Os terrenos, é ali, já estão marcados, vá lá e pode ficar com os dois e construir sua casa.

Animada, Zuleide reuniu os filhos para informar da compra. No dia seguinte, cedo ela chamou os filhos para conhecer os terrenos e começar os trabalhos da construção da casa. Ai veio a grande decepção da Zuleide, os terrenos não existiam e o homem tinha lhe enganado e sumido com todo seu dinheiro.

Foi aí que ela descobriu que o caloteiro tratava-se de homem conhecido por CARLINHOS DO EDILSON MARQUES, QUE DEPOIS QUE APLICOU O GOLPE FUGIU PARA RIO BRANCO. Zuleide chora dia e noite, ela está passando até fome com os filhos, sem ter onde morar, a espera que a polícia recupere seu dinheiro e mande o caloteiro para traz das grades. Os terrenos que ele vendeu dizendo ser seus é do empresário Joaquim Sousa que com certeza vai ficar muito revoltado.

quinta-feira, 29 de março de 2012

DO PARAÍSO AO INFERNO: INSS e PF recebem denúncias de formação de quadrilha entre lideranças indígenas do Acre


SILVÂNIA PINHEIRO, ESPECIAL PARA AGÊNCIA CONTILNET
Alzira Kampa caminha pelas margens do rio Envira, em Feijó, com o neto, e até a sexta-feira,23, não havia solucionado o problema do seu cartão de aposentada/FOTOS: WANIA PINHEIRO
Alzira Kampa caminha pelas margens do rio Envira, em Feijó, com o neto, e até a sexta-feira,23, não havia solucionado o problema do seu cartão de aposentada/FOTOS: WANIA PINHEIRO
Sobre os desmandos nas comunidades indígenas do Acre, foi registrado também, este mês, no Ministério Público Federal (MPF); Polícia Federal (PF); Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e na Fundação Nacional do Índio (Funai) outra carta - denúncia assinada por Aldenira de Souza Cunha, relatora do Movimento Indígena Unificado (MIU), sobre crime por formação de quadrilha, crime contra o patrimônio público, crime contra o indefeso e omissão.

A base da denúncia partiu de uma visita realizada ao município de Feijó,  onde o Movimento identificou um percentual significativo de desnutrição. Indo a campo para os estudos de caso, o acadêmico de Medicina e assessor do MIU, Adriel Lima Guimarães recebeu denúncias contra comerciantes e funcionários da Funai que, supostamente,  se apoderaram  dos cartões e senhas de indígenas aposentados das etnias Kampa e Kulina, do Alto Envira.

A suspeita foi confirmada quando a indígena Alzira Kampa, da aldeia Cocuaçu, isolado no Alto Envira,  estava sem alimento, já que seu cartão estava com o coordenador do CLT de Feijó, Francisco Carlos Brandão, representante da Funai e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Alto Juruá (Condisi). O fato foi denunciado, e a Funai enviou um grupo para averiguar a situação.

Quando o cartão foi devolvido por Carlos à  Alzira, ele  insistiu no bloqueio da senha do cartão e mandou que a mesma resolvesse o problema junto ao INSS.

“Como Alzira ficou a pé às margens do rio, nós a levamos até o INSS do município de Tarauacá. Chegando lá, descobrimos que seu cartão não estava bloqueado e que o senhor Carlos Brandão estava recebendo o salário  dela todos os meses, tendo o último saque sido efetuado no dia 31 de janeiro deste ano, conforme extrato do INSS”, relata a denúncia.

Carlos Brandão se defende de denúncias e fala em falta de estrutura para indígenas
Carlos Brandão se defende de denúncias e fala em falta de estrutura para indígenas
Brandão: “Apenas intermedio compras no comércio”
Procurado pela Agência ContilNet, o chefe da Funai e do Condisi  em Feijó, Carlos Brandão, negou que tenha se apossado do cartão de vários indígenas, admitindo que os que ficaram em suas mãos foram apenas para fazer um intermédio com empresários locais para compra de alimento dos índios.

Brandão disse ter consciência de que não pode se apoderar dos cartões de benefício dos indígenas, e que  tenta  ajudar os índios que não falam português e têm dificuldades de se comunicar com os comerciantes de Feijó.

“Na verdade, essas denúncias terão que ser comprovadas. Não fico com cartões de indígenas. Parei de estudar porque tenho que trabalhar e pagar minhas contas, inclusive meu carro. O que faço é intermediar a compra no comércio para ajudar os que não falam  português”, defendeu-se Carlos.

Brandão ressaltou que os povos indígenas do Acre estão sendo exterminados e que o preconceito contra índio insiste em vigorar na maior parte da sociedade.

“Na mente da maioria das pessoas, índio tem que estar na mata, comendo bicho. Não podemos estudar, trabalhar, ter uma casa ou um carro. Existe muitos de nós que são sofredores”, disse.

Carlos considera a transição do sistema de saúde indígena da Funasa para Sesai um atraso, o que está causando a morte de seu povo à míngua.
“Muitos indígenas moram distantes até 18 dias de barco da cidade, e vários morrem no meio da viagem. E, os que conseguem chegar até aqui também sofrem com o abandono”, revelou.

Cartas denunciando vários desmandos entre os povos indígenas estão protocoladas na MPF e outras instituições federais
Cartas denunciando vários desmandos entre os povos indígenas estão protocoladas na MPF e outras instituições federais
Desvio de recursos e nepotismo sob investigação do MPF
Uma das cartas - denúncia  protocoladas  no MPF diz respeito a supostos abusos de gestores municipais pela falta de prestação de contas e chefes dos Polos e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), acusados de fazerem repactuações sem apresentarem prestações de contas para conhecimento de saldos e sobras dos recursos enviados pelo Ministério da Saúde.

Algumas das prefeituras receberam os recursos para assistência à Saúde Indígena, no entanto os Polos estão com pagamentos de funcionários atrasados, sem remédios, alimentos e combustível por falta de recursos.

Os dirigentes indígenas querem a abertura de um inquérito para apurar as denúncias de desvios de recursos indígenas em todas as prefeituras que recebem esses recursos, além de auditores fiscais em todas as repactuações dos DSEI`s  com as prefeituras.

O MPF deve averiguar ainda casos de nepotismo, tanto nas prefeituras quanto nos DSEIs e ainda situações que contrariam os editais dos processos seletivos cujos nomes são vinculados à administração pública.

“Pedimos que os culpados sejam penalizados segundo à  lei vigente no país, pois por conta desses atos corruptivos muitos indígenas morreram por falta de assistência nas comunidades, principalmente idosos e menores indefesos”, diz o documento.


Sede da Funai em Feijó:abandono e falta de estrutura
Sede da Funai em Feijó:abandono e falta de estrutura
Imagem revela situação da Funai no município de Sena Madureira
Imagem revela situação da Funai no município de Sena Madureira
Funai garante se pronunciar sobre situação indígena no Acre
Em contato com a coordenadora da Fundação Nacional do Índio no Acre (Funai), Evanízia Apoyanos, a Agência ContilNet recebeu a confirmação de uma entrevista sobre os povos indígenas no Acre para esta segunda-feira, 26, já que sua agenda estava lotada.

Segundo ela, há várias ações positivas acontecendo no estado, fazendo-se necessário que a imprensa não fale somente de forma negativa sobre os índios. “Vamos conversar pessoalmente sobre esse assunto e vou lhe mostrar o que está acontecendo com os povos indígenas no Acre. Temos muitas coisas boas”, disse ela à reportagem.

Lindomar Padilha, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na Amazônia Ocidental
Lindomar Padilha, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na Amazônia Ocidental
Cimi: cooptações comprometem respeito aos indígenas
O coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na Amazônia Ocidental, Lindomar Padilha, é direto ao afirmar que as condições sociais e culturais dos índios acreanos trata-se  do reflexo da década de 90, a partir do momento em que se convencionou “o tempo do direito” para os povos indígenas, uma bandeira que embasou o tempo da florestania.

“Para nós, esse tempo passou a ser o fim da história. A partir desse momento, foi passada para a  sociedade a ideia de que os índios não precisam de mais nada, que eles têm tudo. Quando esse tempo chegou, estancaram o movimento indígena da mesma forma que estancaram os demais movimentos sociais”, frisa Padilha.

É dentro deste contexto que Lindomar acredita que foi instalado o caos que em se encontra hoje a saúde, a educação, a demarcação de terras e vários outros direitos da classe.

“O que acontece de fato não é um avanço, mas várias formas de cooptação, onde muitos se fazem de cegos, surdos e mudos. Temos, atualmente, centenas de indígenas sofrendo tentativas de cooptação através de ofertas de emprego e privilégios numa clara tentativa de descaracterizar os povos indígenas, que em grande parte não respeitam mais suas tribos, seus caciques e seu próprio povo por conta de influências externas”, desabafa Lindomar.

Atualmente existem cerca de 200 indígenas exercendo a função de professores no estado e, cerca de 150, de agentes comunitários. Há também um grande número de indígenas ligados a grupos políticos e recebendo outras benesses que, segundo ele, colabora para o desgaste da categoria.


Dos ventiladores existentes no local, a maioria não funcionou mais após um curto-circuito
Dos ventiladores existentes no local, a maioria não funcionou mais após um curto-circuito
Nos banheiros da Casai, a maioria das torneiras e outros acessórios não funcionam
Nos banheiros da Casai, a maioria das torneiras e outros acessórios não funcionam
Casai: desmandos administrativos penalizam pacientes
A Casai vive uma precariedade em sua estrutura física. Ventiladores desativados, fossas a céu aberto e uma crise administrativa que torna a situação dos pacientes que conseguem chegar até lá ainda mais calamitosa.

A  Agência ContilNet passou uma tarde inteira nas dependências da instituição e  ouviu dos próprios pacientes  relatos  sobre o tratamento dispensado por funcionários e prevaricação cometida na unidade de saúde. O órgão, feito para alojar no máximo 60 pessoas, abriga geralmente cerca de 100, tendo que na maioria das vezes mandar indígena, ainda com soro no braço, de volta para suas aldeias.

Esse cenário conflitante poderia ser evitado com medidas simples como a capacitação de agentes de saúde e envio de medicamentos para as comunidades mais distantes, onde se leva  até dois dias de barco para chegar à cidade. “Todas as orientações que a Força Nacional deu,há dois meses, para evitar essas mortes e outras doenças foram apresentadas pelos próprios indígenas em agosto de 2011, mas não fomos ouvidos. Agora estamos perdendo vidas de forma descontrolada”, advertiu Adriel Guimarães.

O MPF já ordenou a mudança dos pacientes para outro local enquanto a Casai passaria por uma ampla reforma, mas nenhuma ação foi realizada.

“Estavam querendo alojar os índios no prédio do antigo IFAC, na Antônio da Rocha Viana, mas os indígenas não são acostumados com barulho e lá não é um local adequado para eles. Isso deve ser respeitado”, diz ele.

Na Casai e na Funasa  existem vários casos de improbidade administrativa, inclusive com determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para a devolução de recursos enviados pelo Ministério da Saúde, somando mais de R$ 1 milhão.

Padre Paolino Maria Baldassari: décadas na luta pelos povos indígenas
Padre Paolino Maria Baldassari: décadas na luta pelos povos indígenas
Padre Paolino: 45 anos de luta e uma lástima pelo alcoolismo indígena
É possível ver nos olhos do padre Paolino Baldassari, com 45 anos de convivência com os indígenas, a tristeza por uma guerra que ele considera perdida: o vício do álcool entre os povos indígenas do Acre.

Em sua casa, padre Paolino conversou com a Agência ContilNet. Ele lamenta a dependência explícita dos Kulinas ao álcool e diz que a aposentadoria significou o fim dos povos indígenas porque os trouxe para a cidade e os levou a adquirir bebidas nos bares e boates urbanos.

O estudo, por outro lado, corrompeu os bons costumes de algumas culturas. Segundo ele, hoje existem índios enganando o próprio índio, tendo sido cooptados por pessoas que o incluíram num círculo vicioso.

“Eles estão morrendo e não há como resolver esse problema, a não ser se eles voltarem para as aldeias, onde é o seu lugar, sua vida e onde estarão distantes dos abusos cometidos contra eles. Na cidade, eles se embriagam, são agredidos, agridem, sofrem todas as formas de preconceito, comem lixo, tomam banho em esgoto. É uma pena!”, diz Paolino.

Sobre a Funai, Baldassari revela uma guerra antiga, que tem como pivô a insistência do órgão em manter os índios na cidade, algo que ele historicamente vem discordando.

Numa entrevista especial com o padre que a Agência ContilNet  postará esta semana, ele conta casos inusitados vivenciados nas aldeias indígenas e se declara triste por considerar que várias autoridades já tentaram ajudar os indígenas, mas no final, eles acabaram prejudicados por terem abandonado seus costumes e seu habitat natural, a floresta. 


Índias com fome, buscam alimento nas caixas de lixo de Sena Madureira
Índias com fome, buscam alimento nas caixas de lixo de Sena Madureira
Delegacias convivem com denúncias em todos os níveis
A presença de uma grande massa de indígenas nas cidades acreanas mudou a rotina da sociedade e, consequentemente, registra casos inusitados nas delegacias regionais. Em Feijó, o delegado Alex Danny Tavares relata situações de vulnerabilidade plena entre os povos indígenas, lembrando que as diferenças de classes sociais é muito mais aparente em  cidades pequenas como Feijó.

Os indígenas incomodam e são incomodados. Vez por outra se encontram envolvidos em questões que afetam toda a  comunidade pelo simples fato de estarem nas ruas, sem alojamento ou alguém que se responsabilize por eles e por seus atos, levando-os a serem vítimas e vilões diante dos olhos da população.

Em Feijó, assim como em outros municípios, há  casos de aliciamento, prostituição infantil e várias formas de exploração da miséria,mas o alcoolismo é, na opinião de Danny, a maior causa dos males que assolam os indígenas.

“Além de doenças, muitas mortes de indígenas vêm acontecendo em Feijó pelo envolvimento em casos de agressão física, cometidos principalmente com o uso de arma branca.”

Em Sena Madureira, o delegado Odacir Guedes frisa que todas as mazelas sociais passam pela má administração dos recursos públicos. Ele e a escrivã Suelen Cruz de Oliveira confirmam que o alcoolismo é uma das principais causas do caos social em que se encontram os povos indígenas no estado.