terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A quem interessa o “Dossiê Petecão?

Radialista Deputado Edvaldo Souza: Solução para ambulantes da Gameleira


O deputado estadual Edvaldo Souza, líder do PSDC na Assembléia Legislativa, esteve domingo na Gameleira atendendo ao convite feito por vendedores ambulantes, retirados do local por determinação da prefeitura de Rio Branco e do próprio Estado, segundo eles. 

Os vendedores, maioria pobres, reconhecidamente, afirmam estar vendendo seus produtos na área por necessidade e como forma de sobrevivência.

Revoltados e com faixas prontas para saírem em manifesto pelas ruas da cidade denunciando o fato, foram ouvidos pelo deputado Edvaldo Souza. Para ele expuseram os problemas.

Convidado pelos ambulantes a participar da reunião que aconteceu ao redor do mastro da bandeira do Acre e depois de ouvir a todos atentamente, Edvaldo Souza foi enfático: “Defendo as pessoas pobres e estou aqui pra isso. Se estão retirando os senhores deste local uma alternativa deve ser oferecida”, disse o deputado apresentador. 

Edvaldo Souza, ao tomar conhecimento do problema dos ambulantes da Gameleira, manteve, imediatamente, uma conversa com o governador Tião Viana (PT), para quem expôs a situação. O governador se mostrou disposto a encontrar uma saída imediata para os trabalhadores.

No decorrer da semana, uma reunião está agendada com os líderes dos ambulantes, representantes do Estado e Município e também com a presença do parlamentar do PSDC.

“Temos que encontrar uma saída para o problema. Somos um Estado com poucas oportunidades de emprego e ninguém vai ser vendedor ambulante porque quer, e sim por ser uma forma digna de manter o sustento da família”, afirmou Edvaldo Souza.

(Da assessoria)

Sibá desiste e nome de Marcus Alexandre será oficializado pelo PT durante plenária

PT3101


O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializa hoje, durante Plenária no Teatro Plácido de Castro, o nome do diretor-presidente do Deracre, Marcus Alexandre, como pré-candidato da sigla à Prefeitura de Rio Branco. Na manhã de ontem, o deputado federal Sibá Machado anunciou sua desistência de disputar a indicação do partido.
Agora, após a oficialização do nome de Marcus Alexandre, o PT busca um entendimento com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que já apresentou a deputada federal Perpétua Almeida, como pré-candidata à Prefeitura de Rio Branco.
“As conversas estão bem adiantadas. Acreditamos que a Frente Popular terá uma única candidatura em Rio Branco e também nos demais municípios. Nossa intenção é antes do Carnaval chegar a um entendimento com o PCdoB e com os demais partidos da aliança em torno do nome que vais disputar a sucessão do prefeito Raimundo Angelim”, disse o presidente da executiva regional do PT, Leonardo de Brito.
O governador Tião Viana fez questão de elogiar a decisão do deputado federal Sibá Machado, afirmando que o PT está unido e fortalecido para a disputa. Para ele, o gesto é uma prova que acima dos interesses pessoais está o projeto que visa a melhoria da qualidade de vida da população.
Para Tião Viana a definição do nome do PT para disputar a Prefeitura de Rio Branco, através do diálogo, é uma demonstração que o partido está unido e disposto a continuar somando forças com os demais partidos da Frente Popular. 
“Esse é um momento de oxigenação da nossa vida partidária. O PT é um partido que exercita e vive a democracia. O Sibá está colocando acima de tudo nossa unidade política. Marchamos unidos para deixar claro a unidade da Frente Popular. Estamos estendendo as mãos para os outros partidos, pois acreditamos que podemos ter uma candidatura única da Frente Popular”, afirmou.


Sibá diz que desistência é pela unidade do PT


O deputado federal Sibá Machado disse que a decisão de retirar seu nome da disputa interna do partido foi tomada visando, entre outras coisas, o fortalecimento da unidade do PT.

Ele revelou que conversou com muitas pessoas, recebeu apoio de várias lideranças do partido, mas seguindo o mesmo espírito de unidade nos outros estados, decidiu retirar seu nome da disputa.
“Fizemos muitas conversas, ouvi muitas pessoas e decidi que vou retirar minha pré-candidatura. Também vou pedir que aquelas pessoas que defendiam nosso nome, possam retirar a carta entregue à direção do partido. Estamos vivendo um clima muito bom, de reafirmação da nossa unidade. Após o Carnaval vamos arregaçar as mangas e ir às ruas trabalhar pela nossa vitória”, destacou.
A decisão de Sibá Machado também foi elogiada pelo presidente da executiva regional do PT, André Kamai, que fez questão de lembrar que o parlamentar tem uma história de militância e sempre se destacou na defesa das causas do partido.
“Ele tem legitimidade para colocar seu nome na disputa. Mas num gesto de grandeza retirou sua pré-candidatura. Isso mostra que no PT defendemos projeto e não interesses pessoais. Agora vamos trabalhar com os demais partidos para definirmos o nome da Frente Popular”, afirmou.
Fonte: 

Garoto peruano carrega feto de irmão gêmeo na barriga


Isbac Pacunda, de 3 anos, carrega um feto de 700 gramas no abdômen. Caso pode acontecer uma vez a cada 500 mil nascimentos, dizem médicos.
Um garoto de três anos de idade vai passar por uma cirurgia no Peru para retirada do feto de um irmão gêmeo, que ficou alojado dentro de sua barriga.
A operação no jovem Isbac Pacunda estava marcada para esta segunda-feira (30), após exames de tomografia e ecografia terem detectado o feto de 700 gramas e 25 centímetros de tamanho.
Para os médicos que cuidam do caso, a chance de um feto acabar dentro do corpo do irmão gêmeo é de 1 a cada 500 mil nascimentos.
Segundo Carlos Astocondor, cirurgião pediatra que participa dos cuidados ao jovem peruano, casos como o de Isbac acontecem quando o óvulo fecundado está se formando e antes do início da criação do embrião.
O feto dentro de Isbac não chegou a desenvolver cérebro, coração, pulmões ou intestinos, mas possui couro cabeludo no crânio, ossos de membros superiores e inferiores e ossículos nas mãos e nos pés.
O pai do garoto, Leonidas Pacunda, saiu com o filho de Ajachin, uma comunidade de índios aguarunas na região amazônica de Loreto, e viajou por 375 quilômetros até a cidade de Chiclayo, capital da região de Lambayeque, a 660 quilômetros a noroeste de Lima.
Há três anos, os responsáveis pelo parto de Isbac disseram a Leonidas que ele seria pai de gêmeos, mas o agricultor nunca chegou a entender o que havia acontecido com o outro filho. Nenhum feto havia sido detectado no corpo de Isbac até Leonidas resolver levar o jovem até o Hospital Las Mercedes, em Chiclayo.
Fonte – G1

MP Eleitoral recorre de decisão do TRE que absolveu deputado Walter Prado, do PDT do Acre


O Ministério Público Eleitoral no Acre (MPE/AC) apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-A) recurso ordinário contra a decisão daquela Corte na representação por captação ilícita de sufrágio proposta contra Walter Leitão Prado, deputado estadual reeleito, que utilizou-se de um ônibus de sua propriedade disfarçado como sendo de uma empresa de viagens de Rio Branco, para transportar pessoas de baixa renda gratuitamente, principalmente para o município de Tarauacá, sua base eleitoral, no interior do Acre.

No recurso o procurador regional eleitoral Paulo Henrique Ferreira Brito reforça que os fatos que deram motivo à ação foram registrados em flagrante pela Polícia Federal que, após denúncia, abordou um ônibus transportando eleitores para o município de Tarauacá. No veículo foi apreendida também uma lista de passageiros que indicava que a empresa Rizzo Viagens e Turismo, cujos adesivos haviam sido colocados recentemente nos ônibus, apenas organizava as listas dos passageiros encaminhados pelos funcionários do comitê do candidato Walter Prado.

A peça do MPE/AC afirma que membros do TRE entenderam que Prado desconheceria o esquema, o que contraria as provas e depoimentos colhidos no curso do processo e que comprovam que o deputado tinha conhecimento e controlava todo o esquema, o que afasta, inclusive a necessidade de sua participação direta, segundo a atual jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.

O recurso mostra, também, que estes mesmos fatos serviram para condenar Walter Prado em julgamento de ação de investigação judicial eleitoral, porém houve mudança de entendimento de membros da corte que julgaram uma ação procedente e entenderam que a outra, ainda que baseada nos mesmos fatos e com as mesmas provas, era improcedente.

Além disso, o Ministério Público também reforça a acusação da doação, por parte do então candidato, no mês de agosto de 2010, período eleitoral, de uma espingarda no valor de R$ 600,00 a uma pessoa que, ainda que supostamente amigo de longa data do candidato, admitiu em depoimento ter pedido o bem porque sempre votara no candidato e portanto entendia merecer o presente.

O MPE/AC insiste na tese de que a oferta e/ou o fornecimento de bens e de transporte a pessoas necessitadas em troca de voto caracteriza a captação ilícita de sufrágio, ou compra de votos, e portanto o deputado deve ser declarado inelegível pelo prazo de oito anos, e ter seu diploma cassado, além de pagar multa no valor de R$ 50 mil UFIRs.

Fonte: AC24horas

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

PT de Tarauacá tem 03 pré-candidatos a Prefeito.


Dr.Jasone Silva

Vereador Ezi Aragão

Dr. Rodrigo Damasceno

Segundo Nota Publicada Pela Direção Municipal o PT de Tarauacá ainda não definiu seu nome que será  apresentado ao conjunto de partidos da Frente Popular como pre-candidato a prefeito. No momento o partido apresenta três nomes: Jasone Silva, Ezi Aragão e Rodrigo Damasceno.

Nota de Esclarecimento:

O DIRETÓRIO MUNICIPAL DE TARAUACÁ, através de sua Comissão Executiva Municipal, diante dos fatos políticos envolvendo pré-candidatura do PT nas eleições 2012, vem a público esclarecer o que segue:

1. Acerca das eleições 2012, três companheiros valiosos tem colocado seus nomes para avaliação interna, quais sejam, Dr. Jasone Silva, Ezi Aragão e Dr. Rodrigo Damasceno, a Comissão Executiva e Diretório Municipal, ainda NÃO definiu um nome para apresentar à FPA e consequentemente a população. Reuniões internas estão sendo realizadas.

2. O Diretório Municipal de Tarauacá, desde o início dos debates acerca das eleições 2012, tem usado apenas uma forma de atuação política em suas decisões, qual seja, que o seu pré-candidato a prefeito será escolhido ouvindo o povo e definido pelo seu Diretório Municipal, como rege o seu Estatuto.

3. Para nós, a diversidade de opiniões é a essência não só da democracia, mas também do próprio PT. Devemos a essa característica, em grande parte, o sucesso de nosso projeto de país.

4. Assim, a Comissão Executiva de Tarauacá, reafirma seu compromisso com a democracia, defenderá a união da Frente Popular, e, será defensor do melhor nome da FPA para ser o candidato a Prefeito do município de Tarauacá, ainda, comunica que continuará informando filiados, militantes e a população, e, posicionando-se contra as atitudes que não representem o modo de atuação política do PT e os interesses da população tarauacaense.

5. O PT reafirma seu compromisso com a democracia plena.

Assessoria de Comunicação
Partido dos Trabalhadores de Tarauacá

Crack não responde nem por 5% das apreensões de entorpecentes no Acre


O crack é prioridade secundária na agenda de Segurança Pública do Acre. Por um motivo simples: não representa nem 5% do volume de apreensões feitas pelas forças policiais. O problema é percebido pelas autoridades; os pontos de consumo estão mapeados; os efeitos fulminantes da droga preocupam, mas, na prática, o volume é quase residual no Acre.

Jovem assustou população ao ter overdose de crack em 
frente ao Palácio Rio Branco


Prioritário para o poder público é quebrar várias rotas de tráfico de um dos componentes do crack: a cocaína. Esta, sim, merece atenção extrema inclusive porque combater o tráfico de cocaína é combater o crack diretamente. Hoje, estima-se que entre 700 e 900 profissionais das polícias Civil, Militar e Federal estejam quase que exclusivamente dedicados ao combate ao macro e ao micro tráfico da cocaína na região.

Só a Polícia Federal apreende uma média que varia de 700 Kg a 1 tonelada de entorpecentes por ano. Já a Polícia Civil apreende entre 200 e 300 Kg. A Polícia Militar apreende menos porque o perfil de trabalho é outro, além de assumir outras atribuições na área de Segurança Pública.
Os serviços de inteligência e as melhorias na condição de trabalho já começam a ter efeitos práticos. Ano passado, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) de Rio Branco, sob a coordenação do delegado Pedro Paulo Buzolin, apreendeu 200 Kg de drogas ilícitas. Neste ano, o mês de janeiro ainda nem terminou e já foram apreendidos 100 Kg.

José Carlos Calazane diz que governo é muito presente


Sem ‘cracolândia’
 

Para que o Acre construa as condições adequadas à existência de uma ‘cracolândia’, é preciso um descaso do poder público sem precedentes. “A existência de uma cracolândia aqui no Acre é algo pouco provável”, analisa o superintendente da Polícia Federal no Acre, José Carlos Chalmers Calazane. “O governo é muito presente”.

No entanto, a menos de 150 metros da sede da Polícia Federal, existe um local que é referência para dependentes químicos, sobretudo em crack: o bairro D. Giocondo, mais conhecido como Papoco. No fim de 2010, o local foi alvo de uma ação conjunta entre as polícias Militar, Civil e Federal. A operação foi uma evidente resposta à opinião pública, que cobrava medidas enérgicas no combate ao consumo de crack. O Papoco foi invadido.
Um ano após a operação, os cachimbos de crack voltam a estalar as pedras, próximo dos federais. “A Polícia Federal é uma polícia eminentemente de inteligência e investigação”, explica Calazane. “Nosso objetivo é repreender as grandes organizações criminosas e não temos condições de rea-lizar trabalhos ostensivos nas chamadas bocas de fumo”.
D. Giocondo: área prioritária
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social já tem projetos específicos para fazer intervenções no bairro D. Giocondo (Papoco). A região é tratada pelo Governo do Acre como uma ‘área prioritária’. Há tempos deveria ter recebido intervenções em urbanismo e geração de renda, mas as ações foram sendo adiadas devido a questões orçamentárias.
O bairro é composto basicamente por famílias pobres ou extremamente pobres. Não é de forma aleatória que o local foi escolhido pelos dependentes químicos para uso do crack: o acesso é difícil, pouco iluminado, com muitos becos, vielas e próximo do Centro. A mendicância e prática de pequenos furtos para alimentar o vício ficam garantidas na região central da cidade.
Outro ponto muito usado pelos usuários de crack fica próximo à Polícia Militar, em uma casa abandonada na Avenida Getúlio Vargas, Centro da cidade, quase ao lado da Central de Articulação das Entidades em Saúde. “Esse problema do crack aqui em Rio Branco é mais uma questão de saúde pública do que de polícia”, opina o superintendente da Polícia Federal no Acre. “Eles são pessoas doentes que precisam de tratamento médico”.
“Eu tinha que fazer ‘acerto’ todos os dias”
F.R.S teve a primeira experiência com drogas aos 15 anos. Hoje, com 19, frequenta os programas de tratamento a dependentes químicos oferecidos pelo Serviço Hospitalar de Referência Álcool e outras Drogas disponibilizado pelo Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).
FRS contou que teve sua 1ª experiência com drogas aos 15 anos; Estela Cordovil
F.R.S percorreu os 5 passos da dependência: experimentador ocasional (recreativo); periódico (passa a recorrer à droga com mais frequência); abuso (maior frequência e maior volume de consumo) e dependência química (uso fora do controle fisiológico e psicológico).
“Eu tinha que fazer ‘acerto’ todos os dias”, lembra F.R.S. O ‘acerto’ é a gíria usada para se referir ao ato de cheirar cocaína. O jovem garante que nunca fumou crack. “Meu problema é com a cocaína”, garante, quase não disfarçando o incômodo de falar sobre o assunto.
“O problema com o crack tem se agravado nos últimos 2 anos”, revela a coordenadora do Serviço Hospitalar de Referência a Álcool e outras Drogas, Estela Cordovil, há 15 anos trabalhando com dependentes químicos. “O maior problema aqui é, de fato, a cocaína”.
Cordovil adianta que o governo já deve implantar o serviço de Consultório de Rua, integrado por uma equipe de médico, psicólogo e assistente social. Ela não entra na polêmica a respeito da internação compulsória, mas informa que já existem recursos federais por meio de decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff que garante esse tipo de tratamento para casos específicos.
“Se você amarrar 2 Kg de cocaína no corpo, tu passa”
A declaração de um policial militar (que não quis se identificar) sobre o tráfico no Acre revela uma fragilidade da atuação do poder público. “Hoje, se você amarrar dois ou três quilos de cocaína no corpo e embarcar no aeroporto de Rio Branco a possibilidade de tu embarcar sem ser importunado é grande”, afirma.
Mapa mostra rotas usadas por traficantes para a entrada de drogas no Brasil


A justificativa do policial se baseia na inexistência de postos da PF no terminal aeroportuário da Capital. “Não há policiais federais. Não há uso de cães. Não há nada”.
O transporte de cocaína garante ao traficante a seguinte relação. No Sudeste, 1 Kg de pasta-base de cocaí-na vinda do Acre chega a custar até R$ 30 mil.

Estoque zero
O grau de pureza da cocaína vinda do Peru e da Bolívia ultrapassa 90%. No Sudeste, essa pureza é transformada em lucro porque a pasta-base para ser refinada em vários outros produtos, com lucro adicionado a toda a cadeia.
Atualmente, o Peru é o maior produtor mun-dial de cocaína, seguido da Colômbia e, em terceiro está a Bolívia.
O coordenador da DRE do Acre, Padro Paulo Buzolin, assegura que essa proximidade faz com que o tráfico tenha uma cara muito própria no Acre. “O tráfico aqui é prioritariamente feito por pequenas quantidades”, detalha. “Por que ter estoque de droga se o meu principal fornecedor está aqui do lado?”

Geografia do crime
Por estar em área de fronteira e em região de cabeceiras de rios, a geografia do Acre dificulta o combate ao narcotráfico. No Vale do Juruá e no Vale do Acre, há várias rotas de tráfico, algumas funcionam como ‘pontos cegos’ para a abordagem policial.

Esses ‘pontos cegos’ não estão localizados apenas em regiões isoladas. Na Estrada do Agricultor (Rodovia AC 475), a droga é transportada da Bolívia passando por Plácido de Castro e seguindo pela BR 364.
Os rios que seguem quase paralelos funcionam como veias de entrada da droga e deixam mais vulneráveis as fronteiras.

Juventude presidiária
Os dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública não deixam dúvidas. Os pequenos traficantes, que se caracterizam por transportar pouca quantidade de droga, são jovens. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, foram presas, somente no ano passado, 1.009 pessoas envolvidas com o narcotráfico no Acre, entre homens e mulheres. Desse total, 51,93% estão na faixa etária entre 18 e 24 anos. De 25 a 29 anos, a percentagem cai para 15,86%. E entre 30 e 34 anos, 8,33%.

“Internação compulsória não resolve”, afirma delegado
O coordenador da DRE de Rio Branco, delegado Pedro Paulo Buzolin, é categórico. “A internação compulsória não resolve o problema”, sentencia. A afirmação do delegado se baseia em um estudo feito pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que demonstra 80% dos usuários são eventuais (ou recreativos). Dos 20% dos usuários que são dependentes químicos, algo em torno de 2% foram para a rua por causa da droga.
Acre ainda está longe de viver uma situação 
como a da cracolândia de São Paulo
“Isso significa que não adianta implantar a internação compulsória porque a droga não é a causa. Ela é consequência”, avalia Buzolin. “A causa do problema está na falta de uma educação adequada, Saúde Pública adequada, desestruturação familiar. A droga não é o problema”.
A existência de uma cracolândia ocorre por uma soma de fatores com destaque para a ausência das ações de governo nas comunidades (Estado ausente), acesso fácil à droga e o potencial de intoxicação do entorpecente.
Crônicas do crime

Cena 1. Era noite, no Bairro da Paz, periferia de Rio Branco. Missão: cumprimento de mandado de busca e apreensão a uma traficante. A ação era coordenada pelo então responsável da DRE da Polícia Civil do Acre, André Monteiro. O grupo de policiais e o delegado esperam na esquina, dentro do carro preto da corporação. Outros policiais, disfarçados, seguiam a pé pela rua esburacada e sem calçamento. O movimento de pessoas na pequena casa de madeira era constante. Dez minutos. Quinze. Vinte minutos. Entram e saem. Entram e saem.

Dois meses de investigação. Serviços de inteligência integrados. Ordens e contra-ordens da Justiça. Discussões. Broncas. Infiltrados (ou velados, como se diz na gíria policial, com informações precisas).
Nenhum jornalista sabendo. Ninguém vazou informação. O trabalho seguia cristalino. Todo esforço estava em xeque naquele momento. “É missão! É missão!” O mantra era repetido mentalmente pela equipe. Nervosismo.
Havia riscos. O lugar tinha sido abastecido no dia anterior. Cocaína. “Coisa fina, doutor”, assegurou um dos velados. “É boliviana”. Em uma situação dessas, sempre há armamentos relativamente pesados e possibilidade real de conflito com os comerciantes do tráfico. “É missão! É missão!” Não tiveram dúvidas. Era a hora.
“No co-mando”, alertou falando baixo e pausadamente o jovem delegado, coordenando a ação do automóvel. Silêncio. “A-ten-ção! Agora!”. Parecia um filme. Em questão de segundos, a casa foi envolvida por homens vestidos de preto da cabeça aos pés. “Polícia Civil! Vocês estão presos!”
Na pequena sala de madeira, uma cena jamais imaginada pelos policiais. Quem estava comercializando a droga eram duas crianças. Uma de oito e outra de 10 anos. Dois dependentes químicos estavam fazendo a compra na hora e ficaram assustados.
“A mãe saiu e alguém tinha que vender”, explicaram as crianças que estavam dormindo quando os usuá-rios começaram a importunar.
A mãe fora vender parte da droga em um bar localizado próximo da casa. Demorou um pouco para “tomar umas” com os amigos. Deixou as crianças dormindo em casa.
A área estava repleta de policiais e o flagrante também foi registrado no bar, onde funcionava outro eventual ponto de venda. A operação foi um sucesso: a Polícia Civil prendeu traficantes, desmontou um ponto de venda forte e quebrou uma rota na Capital.
Mas, a cena das crianças sentadas, diante de uma mesa repleta de papelotes de cocaína impactou o delegado e pai, André Monteiro.
Cena 2. Palácio Rio Branco, Centro da Capital. Manhã nublada de um janeiro chuvoso. Um jovem, aparentando menos de 30 anos, começa a ter convulsões na rampa do prédio oficial. Um transeunte vê a cena e aciona o Samu. Diagnóstico imediato do paramédico: princípio de overdose.
“Ele fuma cachimbo”, reconheceu um homem sujo e mal vestido que viu o convalescente sendo atendido. “Ele é novo por aqui”. A cena foi registrada pelo jovem repórter Luciano Tavares e publicada em recente reportagem. O cachimbo, na verdade, é o instrumento usado para o consumo de crack.
O ‘crack’ é o estalo que a pedra faz quando é submetida às altas temperaturas durante o ato de fumar. ‘Crack’, ‘crack’. E a fumaça começa a ser inalada, com efeitos praticamente imediatos.
A liberação no cérebro de uma substância chamada dopamina dá uma sensação de prazer e euforia do usuário de crack por um período de até 15 minutos.
No Acre, devido ao grau de pureza da cocaína comercia-lizada, os efeitos do crack são mais demorados e mais fortes. Há casos de 20 minutos.
Relações - Uma das relações possíveis entre a Cena 1 e a Cena 2 diz respeito ao drama que o poder público vive por não conseguir dar respostas estruturantes, por mais que se esforce, ao pro-blema do tráfico, comercialização e consumo de drogas.
A polícia que flagra 2 crianças vendendo cocaína no lugar da mãe, quase bêbada no bar próximo de casa, ou o registro de um jovem tendo uma overdose em frente ao palácio do governo são imagens repletas de simbolismo que trazem uma mensagem quase óbvia: o poder público e, por tabela, a própria sociedade vivem uma crise estruturante. Os entorpecentes são instrumentos que apenas revelam essa fragilidade sistêmica.